segunda-feira, 24 de maio de 2010

Egoistamente Feliz

Naqueles momentos que somos um pouquinho egoístas vivemos mais e melhor.
Em um dia em que sorrateiramente comemos o último pedaço de bolo, sem perguntar para ninguém... se alguém mais queria fazê-lo, somos mesquinhos, mas, alimentamos nosso desejo da gula.
Um momento em que cortamos uma ligação telefônica dizendo que algo urgente está acontecendo, só para não dar margem para o assunto, simplesmente porque o assunto já está nos deixando “deprê”, somos por alguns minutos menos amigos, mas por algumas horas ficaremos com a energia menos descarregada.
Aquele banho que tomamos lavando cada curvinha do corpo, usando todos os sabonetes, óleos corporais, xampus, condicionadores, embaçando o boxe do banheiro por minutos, consumindo muita água, somos ecologicamente incorretos, mas, relaxamos cada músculo do nosso ser.
São pequenos momentos egoístas, em que satisfazemos somente nossos interesses, isto é necessário. Aquele momento de dizer NÃO. Como é difícil dizer não para as pessoas e para os momentos.
Algumas atitudes egoístas é um modo delicado de dizer um não sutil.
Como quando éramos crianças que corríamos para dar aquela primeira lambida no picolé para ninguém aceitar quando oferecêssemos.
Ser humanamente egoísta é apressar o passo para pegar a melhor cadeira no cinema, é fingir que não ouviu algo que falam com você no ponto do ônibus, pois está afim do silêncio, é exigir o colo da mãe só para você.
Ser egoísta as vezes não é nada ruim, é um mal necessário, é um modo de satisfazer pequenas necessidades intimas e dizer para o mundo: Eu estou aqui!

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Infortúnios de uma motorista

Peripécias e desventuras de uma motorista desavisada.
Se você é bom motorista, domina a arte, ou se acha “o cara” no trânsito, para de ler por aqui, este texto não será nem um pouco do seu interesse.
Não entendo até hoje por que o ser humano não voa, sei que isto é blasfêmia, que Deus em sua magnitude nos deu nossa devidas capacidades, mas, penso que seria mais fácil chegarmos ao nosso destino voando.
Tenho prazer em caminhar, gosto de verdade.... mas, de modo descompromissado, e não de longa jornadas. Para longas jornadas confesso que prefiro algo que se mova há pelo menos 60 km/h. Então, aprender a dirigir um carro foi algo necessário.
Meu pai é muito turrão, nunca deixou que encostássemos em seu carro, engraçado, que meu marido tem livre acesso ao carro do sogro. Confesso que entendo o lado do meu pai.
Estes dias assisti uma reportagem que dizia que a maioria dos acidentes de carros são causado por homem, coisa de 3 em cada 4...algo assim, não me lembro o dado agora! A explicação está no fato de as mulheres serem mais cautelosas!
Concordo e discordo com tudo isto! Acho a mulher muito mais tranqüila no transito, mas acho que os homens são muito mais habilidosos.
Desconfio que meu marido na infância ao invés de ter ganhado um “velotrol” tenha recebido um fusca de presente dos pais, e já tenha saído dirigindo com uns 5 anos de idade. Ele aparenta muita experiência quando o assunto é direção, uma grande destreza mesmo.
Acredito muito que direção tem haver com aptidão, eu certamente não tenho nenhuma aptidão para dirigir! Conheço muita gente que dirige, mas, não tem aptidão, isto se demonstra no jeito dirigir!
Dirigir é fácil, dirigir bem é outra coisa!
Desta forma, meu primeiro contato com carro foi na auto-escola, confesso que a primeira “dirigida” foi mágica, ter controle de algo tão grande foi sublime, mas 30 minutos depois não tinha nada mais de mágico, pois tinha todo o resto que eu não tinha controle, um campo espacial enorme..
Tive o total de horas necessária na auto-escola, aparentemente me sai bem, tão bem quanto um robô treinado, pois era isto que eu fazia, seguia as instruções da “professora”, não me apropriava, decorava. Para fazer balisa: “esterça tudo para direita, depois tudo para esquerda, meio volante agora....”.
No dia da prova, eu estava tranqüila, os instrutores queriam até pedir um anti-doping, pois eu parecia drogada, de tão calma.
Minha CNH saiu, e foi parar no fundo da gaveta.
Não comprei um carro, meu pai não emprestou o dele, e perdi o contato com a direção. Quando alguém me pedia para dirigir, eu gelava, e dava as desculpas mais esfarrapada do mundo.
Não dirigir passou a ser um constrangimento, um defeito. Você pode ser linda, inteligente, simpática, formada, mas se não dirigir: “Como assim você não dirige?”.
Sem aptidão, passei a ter medo de dirigir.
Sete anos se passaram..... E meu marido impôs: Você precisa vencer este medo! Pouco a pouco fui pegando o carro novamente.
Na minha cabeça assombrações do tipo: e se estou dirigindo, tem uma blitz, o que faço? Paro! E na hora de sair? E se passo em cima de um cone. E para estacionar? Naquelas vagas pequenas, nem com reza braba! E se eu estiver na pista e ficar cercada por caminhões me pressionando? E as condições climáticas adversas? Vai que começa a nevar?
As coisas que um medroso pode arquitetar em sua mente são as mais absurdas possíveis. Eu pensava que em um simples passeio no bairro, um velinho poderia parar no meio da rua, e eu dirigindo o carro jogaria boliche com ele! Assustador!
O medroso pensa “Não tenho medo do que pode acontecer comigo, tenho medo do que posso fazer com os outros!”.
Ouvi na TV um relato de uma pessoa que tinha medo de dirigir em subida, pois achava que o carro iria capotar no topo.
Cada uma que o medo cria na mente!
Fui fazer um curso de reciclagem. Um rapaz educado, com fala do tipo de animador de acampamento: Bom diaaaaaaaaaaaaa!!!! Como você está dirigindo bem hoje!!!!! Deu-me muitas dicas, levantou minha auto-estima, mas, no fundo, no fundo, uma vez que se tem medo de dirigir, terá para o resto de vida. É fato. Você pode conviver com o medo, mais nunca eliminá-lo.
Passei a dirigir com maior frequência. A pior carona que tem? Minha mãe. “Filha troca a marcha”. Boa!? Nem pensar, ela não sabe dirigir, e muito menos que o carro tem 5 marchas, como ela quer me dizer a hora de trocar a marcha? Ela desistiu de dirigir há 20 anos atrás, pelo mesmo medo que ela deixou no meu DNA.
Cada dia é uma vitória, minha lógico, porque para os demais motoristas parece que é uma desgraça, parece que hoje em dia deixar o carro morrer é o fim do mundo, é tiro, é morte, sei lá. Tem um bendito semáforo em uma subida, que vire e mexe fico encalhada, quando consigo evito ele, quando não dá, paro, e o carro morre, o tempo de ligar novamente é o tempo de todas as minhas gerações familiares serem xingadas. Que impaciência!
Outra coisa que me incomoda, qual o problema que motoristas experientes têm com seta? Será que eles se comunicam por tele pensamentos? Pois fico perdida, eles não sinalizam. Vão para onde? Ai ai!
O bem da verdade é que queria mesmo minhas asas, bater bem forte e chegar ao meu destino, ou melhor, ainda, colocar a mão no meu relógio de pulso, falar: Teletransportar.


sexta-feira, 7 de maio de 2010

Super-Heroína?

Sempre achei minha mãe uma super-heroína... Quando eu era criança achava que ela era mais poderosa que a "Mulher Maravilha" ou a "She-ra"....



Achava que ela tinha uma visão especial, um sentido aguçado, pois conseguia prever se o tempo ia esfriar, e me vestia um casaco antes de sair de casa... mesmo que o termômetro marcasse calor, em 1 hora já estava fazendo frio....



Achava que ela tinha um poder especial de cura... pois se eu caia e o machucado estava doendo muito, ela fazia um carinho, e passava a dor....



Achava que ela era onipresente, pois conseguia fazer mil coisas ao mesmo tempo, eu pedia algo, minha irmã ao mesmo tempo pedia outra coisa, o cachorro invadia a casa, meu pai derrubava algo no chão, o telefone tocava, a chaleira apitava, e ela conseguia resolver tudo isto de uma vez! Uau! Acho que ela se multiplicava! Ou será que era mulher-elástica? Ou será sua super velocidade?



E a força que ela tinha, conseguia carregar várias coisas juntas, me carregava para cama depois que eu dormia no sofá (mesmo já grandinha), e eu desconfio que em uma queda-de-braço com o He-Man ela ganha!



Eu achava ainda que ela tinha o superpoder do conhecimento, porque ela sempre sabia dar uma resposta para meus "por quês", mesmo que a resposta fosse um "porque sim"... E ela sempre sabia o que usar para curar todas as doenças e mal-olhados.



Desconfiava também que ela tinha o poder na mudança de forma, porque durante o dia ela usava um visual meio "farroupilha", mas quando ia namorar com meu pai, virava uma rainha.



Outro poder que acreditava que ela tinha, era o da sobrevivência, pois ela passava por tudo, e saia ilesa, não tinha sofrimento ou dor que a extinguisse. E ainda ela sobreviveu a mim e duas irmãs, fora nossos amiguinhos e primos...



Ainda hoje não consegui descobrir o segredo da minha Mãe, só consegui aumentar minha lista de superpoderes que credito a ela!



Ela poderia facilmente fazer parte de qualquer liga ou turma de super-heroís.



Não sei como ela faz isso, mais esta mulher é a pessoa mais especial, mais incrível que já tive na minha vida...



Ela tem o dom de multiplicar o amor, de diluir a dor... Ela sabe dividir, e não cobra nada em troca!  

Não tem nada mais divino do que "mãe" ... E sei que cada um acha a sua "mais especial" por este ou aquele motivo.



Mas sou categórica em dizer que a minha mãe é o ser vivo mais importante que existiu na face da terra. Pelo menos para mim!!!



A todas as mães, um delicioso 09 de Maio, que vocês recebam em troca tudo que nos ofertam!

Obs.: Escrevi este texto ano passado, mas acho tão importante que achie bacana publicar novamente.





terça-feira, 4 de maio de 2010

Hoje não estou para o mundo!



Hoje não estou para o mundo!

Sorry, mas não quero ver ninguém.

Tento escrever algo de útil há alguns dias e nada flui, porque nada de produtivo tem sido elaborado pelo meu ser.

Estou apática, acinzentada.

Sou apenas sombra de mim mesma.

Dormir me deixa cansada. E o lero-lero da conversa fiada das pessoas tem me irritado.

Desculpe, mas estou fechada para balanço.

Todo dia alguém bate na minha porta e tenta entrar, mas, eu esculachadamente coloco porta a fora.

Não queria estar nem para eu mesma, mas desta pessoa aqui não tem como fugir, tenho que olhar este cabelo amassado no espelho e exercer uma força cósmica nos músculos faciais para dar um sorriso fingido.
Alô! Não! Tu-tu-tu....Ninguém do outro lado da linha. Não estou. É tão difícil entender?

Me dêem apenas alguns dias de outono, que em breve planto as gérberas em meu coração e faço primavera novamente.